A leitura tem importância fundamental na escrita
Uma boa redação reúne os fatores técnica e conteúdo de forma indissociável.
Um texto que atenda somente a técnica irá se restringir de conteúdo que provoque
interesse no leitor; já um texto de bom conteúdo, que não atenda as solicitações
do enunciado da proposta, terá problemas de inadequação quanto a esse
quesito.
A opinião é doutor em linguística, Luiz Antônio Prazeres, 24 anos de atuação
no magistério, 18 dos quais como professor de português do
Centro Pedagógico da Escola de Educação Básica
da Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo ele, de nada vale o treinamento
de formatos rígidos de texto, feito por alguns professores, se esse texto não
cumprir quesitos como qualidade, quantidade, objetividade, continuidade e
progressão dentro do tema proposto, entre outros fatores.
De acordo com Luiz Antônio, a leitura tem importância fundamental na escrita,
uma vez que pode possibilitar a quem produz um texto, conhecimentos fundamentais
acerca do assunto a ser abordado, bem como de formas de texto que circulam na
sociedade atual. “Um texto elaborado por um leitor apresenta características
positivas marcantes, como possibilidade de aprofundamento em temas, conhecimento
de gêneros textuais diversos e de seus elementos formais”, salienta.
Luiz Antônio também atua como validador de conteúdos disponibilizados na
seção Espaço da Aula, no Portal do Professor, por professores do Centro
Pedagógico. Ele explica que orienta os professores em termos de estratégias a
serem adotadas, de textos-base a serem utilizados, de análise das atividades que
compõem a aula, isto é, da possibilidade de execução das tarefas propostas e da
verificação da continuidade da aula, para que ela forme um todo, coeso e
coerente. “Por fim, faço uma revisão linguística da aula e a libero para análise
da equipe central no MEC”, esclarece.
Uma das aulas validadas por Luiz Antônio foi a elaborada pelo professor de
português, Igor Trindade – Preparação para o Vestibular: corrigindo redações com
os alunos. “Essa aula foi trabalhada em sala, com estudantes da terceira série
do ensino médio”, conta Igor, que atualmente está afastado da sala de aula para
fazer mestrado em linguística teórica e descritiva – estudos gramaticais.
Para Igor, é importante que o professor acompanhe atentamente o processo de
escrita dos alunos. “As aulas de produção textual devem ser verdadeiros
laboratórios de edição, em que os estudantes exercitem constantemente a escrita
e a reescrita de seus textos, conscientes da função social de cada gênero”,
destaca. Ele acredita que trata-se de um excelente momento, inclusive para o
ensino de aspectos linguísticos e gramaticais, para além dos aspectos
discursivos e enunciativos. “É interessante, ademais, mostrar para os estudantes
exemplos de bons textos, explicando o porquê de serem bons”, ressalta.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=1309
(Fátima Schenini)
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